terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Constituição da Primavera

Por: Maria da Glória Dias Campos, em 05/10/1988.

Chovia em Brasília na hora em que o povo chegava ao palácio da alvorada para prestigiar e assistir a promulgação da nova Constituição. Era a natureza participando, também, da alegria contagiante do povo brasileiro. 

Os constituintes marcaram presença, assim como os presidentes: da República, José Sarney; da Constituinte, Ulisses Guimarães; e do Supremo Tribunal Federal, Ministro Rafael Maia.

Os ínclitos presidentes subiram a rampa do Congresso ao som do Hino Nacional, salva de canhões e fogos de artifício, acompanhados de outras autoridades, repórteres, fotógrafos e cinegrafistas.

Vinte meses de árduo trabalho para um grande sucesso! O discurso do Dr. Ulisses ganhou este nome: "Estatuto do homem, da liberdade e da democracia." Os Dragões da Independência, perfilados, guarneciam a festa máxima da cidadania.

Doutor Ulisses abriu os trabalhos ao som do Hino Nacional e assinou a Carta Magna com a caneta ofertada pelos funcionários da Câmara. Ato emocionante! A seguir, declarou promulgada a nova Constituição Brasileira. Prosseguindo, realizou o juramento solene, prometendo: manter, defender e cumprir a Constituição Federal. Continuando, falou o Presidente José Sarney, que também prestou juramento.

O terceiro juramento foi do Ministro do Supremo, Rafael Maia, que enalteceu o valor da nova Constituição. Afonso Arinos, num eloquente discurso, falou em nome dos Constituintes, finalizando com a frase: "Derrubar a Constituição e os políticos é acabar com a liberdade!". "Fazer política é enobrecer a memória do nosso tempo!".

Victor Crespo, representante de Portugal, também usou da palavra para agradecer o gentil convite para tão nobre festa cívica. Dr. Ulisses, ao encerrar a sessão solene, fez questão de declarar: "Trair a Constituição é trair a Pátria! Que devemos ter ódio e nojo da Ditadura. E que a coragem é a matéria prima da civilização!”.

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