sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Faleceu o poeta santareno Edwaldo Campos


Grande poeta, advogado e, acima de tudo, pessoa humana da maior qualidade. Panguinha, como lhe chamava, foi uma das melhores pessoas que já conheci em toda a minha vida.

Vale a pena chorar por vc, meu eterno poeta e amigo.

No raso com… Edwaldo Campos

Por Jeso Carneiro em 16/12/2012 às 15:32
Edwaldo Campos, poeta santareno. Fotos: Jeso Carneiro
Sonhou ser jornalista, virou advogado por influência do pai e ficará imortalizado como poeta.
É o que está escrito nas estrelas do destino do alenquerense Edwaldo Campos, 63 anos, e naturalizado santareno.
No blog, sua presença é contumaz, em forma de versos, rimas e estrofes.
Pelo menos duas de suas crias poéticas aqui publicadas ganharam asas sonora da música, numa parceria de longa quilometragem com o músico santareno Vicente Fonseca.
Hoje, o poeta torna-se protagonista da seção “No raso…”, tal como a jornalista Márcia Reis, a antropóloga Iza Tapuia e o apresentador de TV Edy Portela, entre outros.
Eis, então, o vate ximango:
Nome: Edwaldo Antônio Campos de Souza
Idade: 63 anos
Natural de…: Alenquer – Pará
Decidiu que seria advogado quando…: Em 1971, passei no vestibular na UFPA, em Belém, fazendo a vontade de meu pai. Tranquei matricula 2 anos depois, só voltando em um novo vestibular em 1990, na turma pioneira da FIT, com formatura em 1994, satisfazendo postumamente, enfim, o seu desejo.
Uma poesia que marcou sua vida: “O Corvo”, de Edgar Allan Poe, poeta e contista americano.
Um poeta: Citarei três: Pablo Neruda, por que cantou em versos o romantismo, o existencialismo e o universo politico e social do povo latino americano; Carlos Drummond de Andrade, por ter absorvido e exteriorizado a realidade brasileira, e Vinicius de Moraes, por nos ter ensinado a cantar o amor em suas canções e em seus poemas.
Livro favorito: “Demian”, de Hermann Hesse, escritor alemão, obra que todo adolescente deveria ler na sua juventude pelo despertar das coisas da vida. O verdadeiro romper da casca do ovo para os problemas inerentes á condição humana.
Viagem marcante: Uma viajem romântica ao lago de Ypacaraí, no Paraguai, e as belezas naturais das praias do paradisíaco rio Arapiuns, que tanto encantou Jacques Yves Cousteau.
Lugar para descansar: uma tipóia atada em qualquer árvore de nossas praias, embalada pelo vento.
Fugiria para…: O Lago do Curumum, de paisagem fantástica, em minha terra natal, Alenquer.
Um momento que gostaria de reviver: Todo período compreendido entre meus 15 e 16 anos.
O presente mais legal que já recebeu: Um velocípede, que tinha um pequeno bagageiro atrás, onde conduzia minha irmã. Nele comecei a empreender minhas pequenas fugas, da calçada de casa até a casa Elza, canto com a Francisco Corrêa, na frente da cidade [Santarém], quando tinha aproximadamente 5 anos.
Não sai de casa sem…: Roupa, rs, rs, rs e minha carteira de cigarro.
Poesia é…: uma filha feita de beleza e impressões colhidas pelo mundo ao nosso redor, parida em palavras, atitudes, na maioria das vezes, no papel, vulnerável a criticas e à adoção espontânea por parte das pessoas.
Sonho não realizado: Meu sonho sempre foi ser um jornalista, dono de Jornal. Cheguei a exercer esse papel por cerca de 3 anos num pequeno tabloide semanal que circulava no Colégio Moderno, onde cursei o curso Clássico em Belém. Cheguei a pedir ao meu pai que comprasse o Jornal de Santarém, na época paralisado, em função da morte de seu titular Arbelo Campos Guimarães. Terminei tardiamente fazendo a vontade dele, formando-me em Direito. Ou melhor, meio advogado.
Um poeta que poucos lêem e que recomendas a leitura: Sem nenhum demérito aos nossos poetas santarenos vivos, por sinal imensos, recomendaria a leitura do nosso grande poeta morto Ruy Guilherme Paranatinga Barata, em sua obra “Antilogia”, uma coletânea de poemas escolhidos por ele próprio, editada no ano 2000. Provavelmente poderá ser encontrada em nossa biblioteca pública.
O melhor de Santarém…: É sua gente, como canta Jana Figarella, em um das suas músicas.
Com quem gostaria de fazer um poema: Com qualquer um dos nossos poetas mocorongos, exímios contadores literários das nossas coisas boas e ruins. Em especial com o meu parceiro, Vicente José Malheiros da Fonseca, que além de escritor, de tudo o mais, poucos o sabem, também é um talentoso poeta.
O que seria se não fosse advogado/poeta: Jornalista bem ao estilo corajoso, investigativo e independente de Manuel Dutra e de Lúcio Flávio Pinto, que são os nossos maiores expoentes em termos de comunicação social.
Um recado curto e poético: Curtir tudo de bom e de belo que nos rodeia, exaustivamente.

                                              

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