quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Planta amazônica pode ser a chave para a cura do Alzheimer e base para polo farmacêutico no Pará

Planta amazônica pode ser a chave para a cura do Alzheimer e base para polo farmacêutico no Pará

Na reunião, Simão Jatene reiterou o interesse do Estado em parcerias que possam fomentar o desenvolvimento tecnológico e a geração de renda

    Da Redação
    Agência Pará de Notícias

    O caminho para a cura do Alzheimer, doença degenerativa cujo sintoma primário é a perda de memória, pode estar aqui no Pará. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) descobriram uma substância presente no Cumaru, planta típica da região amazônica que mostrou propriedades neurogênicas e, segundo a pesquisa, ao ser aplicada de forma intravenosa induz as células-tronco, que são responsáveis pela produção de neurônios, a induzirem a formação de novos neurônios.

    O resultado da pesquisa, além de apontar um tratamento para diminuir o declínio cognitivo das pessoas afetadas pelo Alzheimer ou demência, também acena para o desenvolvimento de uma nova economia para o Pará, como fornecedor de matéria-prima e sede de laboratórios farmacêuticos e fitoterápicos. O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alberto Arruda, contou que a substância foi patenteada nos Estados Unidos, e que essa patente é dividida entre o Governo do Estado e a UFPA.
    “O principal foco da Secti no momento é a incorporação de novas tecnologias no Estado. Essa oportunidade pode desenvolver a parte crítica, científica e faz com que o Pará passe a interagir com a área acadêmica e se torne um polo de atração mundial nesse sentido. Essa descoberta, fazendo uma rápida comparação, seria o novo Viagra. O Viagra não existia, de repente saiu como um medicamento novo, que foi e ainda é absoluto e rende bilhões para o laboratório que o lançou”, explica Alberto Arruda, titular da Secretaria.
    A previsão de faturamento com o medicamento proveniente do Cumarú é de US$ 170 bilhões, valores comparados aos rendimentos das minas de ferro de Carajás. A descoberta já atrai os olhares para a região. Na tarde desta quinta-feira, 19, o governador Simão Jatene recebeu os representantes da empresa Cristália, de produtos químicos e farmacêuticos.
    “Temos interesse em firmar parceria para desenvolvimento de novos produtos a partir da biodiversidade amazônica. Estamos avaliando alguns produtos do banco genético da UFPA dentro do nosso conselho científico e estamos discutindo uma parceria com o Parafarma que está sendo criado aqui”, afirmou Ricardo Pacheco, vice-presidente técnico científico de novos negócios da Cristália.
    No encontro, o governador Simão Jatene reiterou o interesse do Estado em parcerias que possam fomentar o desenvolvimento tecnológico e a geração de renda. Jatene disse ainda que o momento atual é propício para a constituição efetiva do laboratório público Parafarma, destinado à pesquisa e ao desenvolvimento de biofármacos no Estado do Pará. Ao final do encontro, o governador solicitou à Cristália que apresente formalmente a forma como pretendente firmar essa parceria.
    “É fundamental determinarmos de que forma vamos construir essa parceria para que ela seja sólida e duradoura. Nós sempre entendemos a importância da biodiversidade que temos em nosso território, por isso avançamos nos estudos para a criação do Parafarma e estamos buscando parceiros para essa implantação que deve acontecer nos próximos meses. O Parafarma será fundamental para dar suporte a toda essa nova realidade de mercado”, asseverou Simão Jatene.
    O Parafarma será instalado no interior do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), que abrigará diversos laboratórios ligados à área de Biotecnologia e será um polo avançado na produção de medicamentos biológicos. A novidade se integra com a notícia nacional de que o Ggoverno Federal vai incluir uma lista de 10 medicamentos fitoterápicos na agenda de medicamentos do SUS.
    “Essa abertura para os fitoterápicos vai dar a chance da gente poder, finalmente, fazer estudos sérios sobre o nosso conhecimento tradicional, que tem sido perdido ao longo dos anos. O Parafarma estava no ciclo ‘não existe porque não tem negócio e não tem negócio porque não existe’, mas diante desse novo cenário nacional e das parcerias com grandes laboratórios que têm a expertise na produção de medicamentos, o Parafarma tem tudo para se consolidar no mercado em poucos anos”, concluiu o governador.

    Texto:

    Simone Romero
    Secretaria de Estado de Comunicação
    http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=66814

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