sábado, 17 de maio de 2014

Solução para inundação do centro de Santarém

Por Jeso Carneiro em 17/5/2014 
davi3 por David Marinho (*)

Complementando uma proposta já publicada neste blog, de solução da inundação que castiga todos os anos a orla de Santarém em dois pontos críticos, entre o Mercado Modelo e a delegacia da Capitania dos Portos Fluvial, escrevo agora sobre outro trecho, e não de menor importância, que é afetado de forma danosa, levando prejuízos aos comerciantes e moradores desse intervalo que fica entre a Igreja Matriz e a Praça do Pescador.

Observando-se a dinâmica desse evento, percebe-se que 80% das águas que brotam na rua Lameira Bittencourt e parte da avenida Tapajós são provenientes do rio Tapajós que, pelo “princípio dos vasos comunicantes”, penetram pelos bueiros de esgoto pluvial pela inexistência de “válvulas de retenção” em seus terminais na testeira da orla.

E submersos na lâmina de água do rio, que bloqueiam o fluxo livre por gravidade das águas pluviais, represando-as e extravasando-as nas caixas de passagens.
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Apenas 20% dessa influência podem ser oriundas da umidificação por capilarização porosa da pressão hídrica por ascendência sob as vias.

Bloqueando-se a entrada da água do rio pelos bueiros que brotam nas caixas de passagens e bocas de lobos, com “válvulas de retenções” bem instaladas, elimina-se um grande volume desse líquido invasor (80%), e o pequeno volume restante (20%), direcionam-se para uma galeria de drenagem que poderia ser construída no eixo da avenida Tapajós, ao longo do trecho em questão.
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Essas válvulas seria confeccionada em módulos pré-moldados, tendo no fundo um filtro de britas e um sistema bem dimensionado de esgotamento por meio de bombas potentes embutidas em alguma parte da estrutura da orla.

Para um embasamento técnico eficaz de se planejar um projeto para eliminar de vez esse transtorno anual da cidade, esta é a hora de se fazer perfurações de sondagem com perfis geotécnicos nos eixos da avenida Tapajós e rua Lameira Bittencourt.

O objetivo é se saber no pico da enchente máxima deste ano, como se comporta o lençol freático nesse trecho e qual o potencial de influência do rio nessa época, além de se identificar as camadas geológicas de solo se não tendem a comprometer as fundações dos prédios ali construídos.

No período do verão, em plena seca, deve se repetir a sondagem nos mesmos pontos, para se fazer um comparativo e elaborar uma solução definitiva para esse problema que aflige os santarenos que trabalham nesse perímetro.

Não vejo tanta dificuldade para se chegar a uma solução desses eventos. Pode-se construir um “modelo reduzido” em laboratório e acompanhar a evolução dos resultados passo a passo, para a real verificação e sua possível implantação, fato histórico que faria a população de Santarém agradecer.
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*Santareno, projetista e gestor ambiental que escreve regularmente no blog do Jeso.

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