sexta-feira, 10 de julho de 2015

Formação humanística é tudo...

O ex-ministro do STF, Ayres Britto, comunga da necessidade de formação humanística na magistratura nacional, que eu estendo a todo Agente do Direito (juiz, promotor, advogado e auxiliares da justiça) no artigo "Repensando o Processo", publicado no blog http://joseronaldodiascampos.blogspot.com.br/, há algum tempo.

Veja a seguir a resposta dada pelo renomado jurista à Revista Consultor Jurídico:

Conjur pergunta: o que o senhor está dizendo é que o grande avanço que falta no Judiciário não é no nível institucional. É no nível pessoal, da magistratura?

Ayres responde: " eu diria que sim. O Judiciário hoje é muito bem informado. É muito bem preparado tecnicamente. Mas, não é bem formado humanisticamente. O que você vai fazer das informações depende da sua formação. O Judiciário como política pública tem que colocar ênfase na formação do magistrado. O juiz que faz de sua caneta um pé-de-cabra é o meliante número um, sem nenhuma dúvida. O estrago que ele causa na confiabilidade e na autoestima coletiva é maior do que quando esse estrago é perpetrado por qualquer outro agente público. O que você vai fazer de tantas informações técnicas, refinadas de todos os códigos e da Constituição depende da sua formação. Se você não for uma pessoa sensível, não percebe. Sensibilidade também é um requisito de desempenho. Sem isso, você não vai perceber que há dramas humanos naqueles autos. O juiz tem que abrir, mesmo, as janelas do Direito para o mundo circundante. Ele não pode se trancar numa torre de marfim. E tem que buscar inspiração nos códigos e, também, na viva vivida. Nos códigos está a vida pensada, a vida teórica. Na sociedade, nos jurisdicionados, está a vida vivida."

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